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Ansiedade: como usá-la a seu favor? Estratégias para lidar melhor com a ansiedade


Você já percebeu que é a nossa percepção quem determina a nossa realidade? Por exemplo, mesmo a dor física, que pode ser extremamente desagradável para a maioria de nós, pode não ser e até causar prazer para outras pessoas.


A mesma situação de desafio, seja um esporte radical ou alguma situação no trabalho, para alguns pode ser aterrorizante, e para outros ser estimulante. Percebe?


Não é a realidade em si que determina se algo é bom ou ruim, mas como você interpreta essa realidade.


O mesmo acontece com as nossas emoções negativas. É que claro que as emoções negativas não são agradáveis para ninguém, mas como as percebemos e agimos em relação a elas é a diferença entre ficar sofrendo ou tirar algo bom da situação vivida.

Muitas vezes, temos essa percepção apenas quando o sentimento já foi embora, apenas quando saímos dele podemos olhar como um observador externo para entender o que foi aquilo. Quando estamos mergulhados na tristeza, na raiva, na ansiedade ou outra emoção negativa, nossa percepção fica naturalmente “embaçada” porque muitos sentimentos e emoções afloram, impedindo-nos de ter uma perspectiva apurada sobre o assunto.

Outro ponto crucial em relação às emoções negativas é que elas sinalizam algo muito importante para nós, portanto, precisamos aprender a escutá-las e compreendê-las para podermos tirar o melhor proveito possível delas.

Mas o que elas são e o que indicam exatamente? Neste e nos próximos artigos vamos tratar das dez emoções ditas negativas mais comuns em nossa vida: ansiedade, frustração, raiva, dor, sofrimento, tristeza, estresse, ressentimento, medo e inveja.

Começando pela ansiedade, você pode me perguntar: “Mas, Juliana, a ansiedade não tem nada de bom; por que ela existe?”


Bom, para lhe responder a isso, primeiro precisamos entender exatamente o que é essa emoção. A ansiedade é um estado de apreensão provocado pela antecipação de uma situação desagradável ou perigosa, seja real ou imaginária. Ela corresponde também a uma preocupação, uma vigilância para detectar perigos potenciais e pensar em formas de como você pode lidar com eles, projetando então soluções para cada situação.


Mas é claro que se antecipar a um projeto e planejar como resolvê-lo é útil, mas pensar pela milionésima vez que você vai falhar em realizar alguma coisa não apenas não é útil como pode prejudicá-lo.


A ansiedade pode se transformar em um problema quando atinge alto nível e ocorre com regularidade, começando a interferir na nossa saúde e/ou nossos relacionamentos. Quando ela acontece de forma regular, em geral, pode não haver um fator propriamente dito que a desencadeie, ou então é desproporcional ao que desencadeou esses sentimentos. Por exemplo, ficar ansioso por causa de uma apresentação importante no dia seguinte pode fazer sentido, mas ficar imaginando que as pessoas vão rir de você, que será um desastre e você será demitido se trata apenas de imaginar algo e não uma situação real.


Então, como usar a ansiedade a nosso favor? Nesse caso, para a cura de um mal que essencialmente se trata de se “pré-ocupar”, de focar sempre nesse futuro imaginário, as práticas meditativas regulares são essenciais justamente por ancorarem você no agora, por ajudá-lo a ser mais gentil com você mesmo e a entender as próprias experiências, deixando também mais claro o que são preocupações reais e o que são apenas imaginárias.


Além disso, existem estratégias que podem ajudá-lo a lidar melhor com a ansiedade:


1. Quando você estiver passando por um momento de ansiedade, lembre-se de que os seus pensamentos não são irracionais, claro, mas também não são necessariamente verdadeiros. Eles são apenas projeções da sua mente e não refletem necessariamente a realidade. Então, nessas horas, procure racionalizar, identificar o que você sente, dando um peso real para as suas preocupações, e pergunte-se: isso é útil?

Pensar que você pode perder um compromisso importante no dia seguinte é útil, mas lembrar disso pela 27ª vez e não poder fazer mais nada a respeito não o é. Então seja gentil com você mesmo, não se pressionando mais do que a situação realmente exige.


2. Quando você está ansioso, mudar o foco da sua atenção é fundamental. Por exemplo, foque a sua atenção na respiração apenas. Vários estudos comprovam que mudar o foco da sua atenção influencia diretamente no seu estado emocional.

Você também pode usar a técnica “rain” (chuva, em inglês), sendo “R” (reconhecer): reconheça o que você está sentindo naquele momento, de forma gentil com você mesmo. “A” (aceitar): aceite que você está passando por isso e que está tudo bem, somos todos humanos e sempre enfrentamos desafios, todos os dias. “I” (investigar): investigue racionalmente por que você está nesse estado emocional. E “N” (não se identificar): não se identifique com essa emoção, procure se desapegar dela e deixá-la ir, lembrando-se de que o que você está vivendo é apenas um estado mental passageiro e que agora, no presente, está tudo bem.


3. Fazer práticas meditativas regulares também ajuda muito a manter as suas emoções sob controle, assim você tira a sua mente dessa ocupação no futuro e a coloca justamente com o foco no aqui e agora, um lugar seguro e onde está tudo bem.

Para começar esse exercício, uma excelente dica é usar o aplicativo gratuito Insight Timer, lá você encontra práticas para todos os gostos e estilos, além de músicas e podcasts.

No meu perfil, por exemplo, você encontra meditações para diferentes momentos e necessidades, como para dormir bem, ter mais equilíbrio emocional, aumentar a autoestima, definir suas intenções para o dia, entre muitas outras.

Contra a ansiedade, eu recomendo a você especialmente a prática “3 passos para a estabilidade emocional”. Tenho certeza de que com ela você se sentirá muito melhor. Depois poste como foi a experiência para você, que vou adorar saber.

No próximo artigo, falaremos sobre uma emoção que surge quando nossas expectativas não condizem com a realidade, e que é extremamente desconfortável: a frustração. Será que ela também tem seu lado positivo?


Descobriremos isso juntos. Até lá!


Juliana Zellauy Feres


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