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5 Mitos da Felicidade (que o impedem de ser feliz)


Felicidade é um tema tão batido hoje em dia. Coachs, terapeutas, artistas, propagandas, influencers, todos alardeiam conhecer a fórmula da felicidade. Se você fizer isso e aquilo definitivamente será feliz e, melhor ainda, a partir de agora mesmo! Mágico e instantâneo.


Nesta seara, é importante separarmos o joio do trigo e fazer algumas reflexões mais aprofundadas já que este tema, apesar de soar clichê, é tão crucial em nossas vidas.

Gostaria assim de compartilhar com você meus pontos de vista a respeito do que considero mitos da felicidade, que muitas vezes tem nos feito mais mal do que bem e, em última instância, até nos impedido de chegar lá.


1 – “Tudo está sob o seu controle: Ser feliz só depende de você”

Não que as pessoas que dizem esta frase estão querendo enganar você. Pelo contrário, muitas vezes elas têm uma intenção positiva genuína. No entanto, isso não a torna verdade. Não, a sua felicidade não depende só de você. Esta crença se chama “ilusão de suficiência”, ou seja, acreditar (erroneamente) que somos autossuficientes. E isso é falso primeiro porque ninguém é sozinho no mundo e se o fôssemos, seríamos completamente infelizes. Somos seres gregários, ou seja, seres que precisam do outro para viver e para estar bem. E o outro estar bem também influencia diretamente na nossa felicidade. A minha realização depende de outras pessoas. Imagine que está tudo absolutamente bem com você, mas não está nada bem com quem você mais ama. Você será realmente feliz?  Além disso, considere uma pessoa que está passando fome, não foi cuidada por ninguém, vive sozinha, que está no meio da violência: ser feliz só depende dela? Mesmo? Mas isso não significa que não temos nenhum controle, aqui é que está o segredo. As circunstâncias você não define, não dependem de você. Onde você nasceu, como foi criado, suas condições sociais, a sua genética, o seu temperamento, a forma de agir das pessoas ao seu redor, nada disso depende de você. O que depende sim de você é o que você irá fazer diante destas circunstâncias ou a partir delas: como você vai reagir (ou não) frente às dificuldades, quais lições irá aprender para se desenvolver, como irá tirar algum proveito positivo do que aconteceu. Isso sim você tem algum controle. E isso não significa que você tem que fazer isso sozinho. Ser feliz pode, e deve depender dos outros. Afinal, precisamos uns dos outros para sermos felizes. A sua autorealização depende das suas conexões com outras pessoas.


2 – “A vida tem sentido” – Não, a vida não tem um sentido. Não existe uma placa em lugar algum dizendo a você qual é o sentido da sua vida, porque você está aqui. Mas não ter um sentido pré-definido não significa que você não possa criar o seu próprio sentido. Assim, mais correto seria dizer: A vida não tem um sentido, você é que dá sentido a ela.


3 – “Quando eu conquistar X (preencha com o que você quiser), eu vou ser definitivamente feliz” – Infelizmente, isso não é verdade. Isso porque felicidade não é um ponto final, mas algo que encontramos em vários momentos da nossa vida. E então, naturalmente ela nos escapa, algo muda e ocorre um certo desequilíbrio. Vemos então o que está faltando ou o que está diferente e buscamos este novo equilíbrio, como uma dança, onde importa muito mais o percurso do que o final. Somos felizes muitas vezes em nossas vidas e não uma única e definitiva vez. Felicidade é um estado (algo transitório), em constante mudança. E isso não é ruim, é desafiador, nos instiga, nos move, nos desenvolve, nos impulsiona.


4 – “Para ser feliz, maximize as coisas positivas e elimine as coisas negativas da sua vida” – Isso não podia estar mais distante da realidade. Em Psicologia Positiva temos o conceito de Gratificação, que, de forma resumida, é, apesar dos altos e baixos de uma situação, apesar das emoções positivas e negativas acontecerem, no final nos sentimos gratos por aquela experiência. O sofrimento não é o oposto de felicidade, mas muitas vezes faz parte dela. Saber que você superou algo, que realizou algo que foi muito difícil, sofrido até, mas conseguiu triunfar, é um dos maiores êxtases que podemos ter. Fazer uma faculdade não é bom o tempo todo, ter um filho não é bom o tempo todo, estar em um relacionamento não é bom o tempo todo, enfrentar um câncer ou outra doença grave não é bom, mas quando você olha para trás e percebe que venceu aquele desafio então tudo vale a pena. Isso é felicidade. A dor, o sofrimento, nos levam ao autoconhecimento, ao crescimento e à autorrealização. Assim não tenha medo dos desafios, do sofrimento, ele sempre existirá para cada um de nós. E é justamente a partir dele que tiramos as mais valiosas lições. É com ele que amadurecemos, que aprendemos o quanto somos fortes, resilientes. Desenvolvemos novas habilidades e conhecimentos que nunca teríamos por vontade própria. Mas que definitivamente nos tornam melhores e, no final, mais felizes.


5 – “Para ser feliz, seja sempre otimista”! – As emoções no extremo nunca são boas. Saúde mental significa oscilar entre as emoções, fluir conforme as experiências e não manter a todo tempo a mesma emoção, independentemente da situação, inclusive a felicidade ou o otimismo. Ser otimista sempre significa se auto enganar, negligenciar ou subestimar situações críticas, se expor ao risco. Não significa é claro, que você não deva ser otimista. Esta é uma característica positiva. Apenas não o seja o tempo todo. Assim como uma pessoa constantemente triste pode ter uma doença como a depressão, ser feliz o tempo todo pode denotar outro distúrbio: a mania ou êxtase disfórico. Use a sua racionalidade para ponderar e avaliar cada situação adequadamente. O equilíbrio de uma virtude é sempre melhor do que os seus extremos.


Espero realmente ter provocado alguns insights importantes em você hoje. Caso queira trocar mais me procure no Instagram como @juliana_zellauy_feres ou então me envie um e-mail para contato@simplesmenteseja.com.br Vou adorar trocar com você. Afinal, ninguém é feliz sozinho.


Juliana Zellauy Feres


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